Melhoria na Nota de Crédito do Brasil: Um Olhar Crítico sobre a Sustentabilidade Fiscal
Recentemente, a Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil, deixando o país a um passo do grau de investimento. Essa decisão foi impulsionada por reformas e um crescimento econômico que surpreendeu o mercado, com a taxa de desemprego caindo para 6,6% e um crescimento próximo de 3% desde 2022. No entanto, a preocupação com a capacidade de pagamento da dívida interna se intensifica. Com despesas em crescimento acelerado em relação às receitas, o Brasil enfrenta uma situação fiscal deteriorada. A dívida bruta subiu alarmantes 78,5% do PIB, enquanto o déficit nominal se aproximou de R$ 1,05 trilhão. As medidas contábeis que encobrem parte dessas despesas não mitigam o fato de que, ao final, o governo precisa arcar com todas as suas obrigações. O resultado primário pode ser um indicador, mas o que realmente importa é o déficit nominal, que representa quase 10% do PIB do país. Se nada mudar, o Brasil pode estar caminhando para um calote da dívida interna. A decisão da Moody’s, mesmo diante de indicadores fiscais em deterioração, levanta questões sobre a eficácia das agências de classificação de risco na avaliação de uma economia crítica.