O Mito da Economia de Energia do Horário de Verão: Uma Análise Crítica
A discussão sobre o horário de verão e sua suposta economia de energia elétrica é marcada por desinformação e desinteresse por parte das autoridades. Desde sua implementação no Brasil em 1931, a medida tem sido adotada e suspensa, mas sempre paira a dúvida sobre sua eficácia. Argumenta-se que o ajuste de uma hora nos relógios pode levar a uma economia de 4% no consumo, uma afirmativa que, ao ser analisada, revela-se implausível. O dia possui 24 horas, e essa variação apenas afeta a hora em que as luzes são apagadas, sem impactar substancialmente o consumo em setores que dependem de aquecimento ou movimento. Por outro lado, estados que não adotam a mudança enfrentam desvantagens na sincronização com horários de voos e programação de TV. Além disso, a maioria do gasto energético está nos dispositivos que não são sensíveis a tais mudanças. Assim, é preciso questionar a real necessidade e a eficácia desse mecanismo, que parece mais uma questão de costume do que uma decisão informada. Em suma, não podemos ignorar que essa prática parece perpetuar uma narrativa distante da realidade, alimentada por fatores históricos, culturais e políticas públicas hesitantes.